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A potência feminista de Enola Holmes

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Foto: Alex Bailey/Legendary/Netflix

Enola Holmes, lançado no início do mês de outubro de 2020, foi líder de audiência da plataforma de streaming Netflix. Além de ser estrelado pela notável Millie Bobby Brown, conhecida principalmente pelo seu papel na série Stranger Things, o filme carrega força, presença e opinião feminina da personagem Enola e você já vai entender o porquê. 

Ele é uma releitura de uma das obras da escritora estadunidense Nancy Springer, na qual se inspira no clássico Sherlock Holmes, criado pelo inglês Arthur Conan Doyle. Enola é a irmã caçula de Sherlock e Mycroft Holmes. Órfã de pai, a menina é criada sozinha pela mãe, Eudoria Holmes. E tudo muda na vida de Enola quando sua mãe desaparece e ela precisar pôr em prática o que aprendeu durante a vida para encontrá-la. 

A seguir, separamos os principais acontecimentos que marcaram esta potência feminista de Enola e Eudoria Holmes:

Independência feminina

Eudoria Holmes criou sua filha para ser livre e independente, principalmente, porque depois do falecimento do pai de Enola, seus irmãos também saem de casa e se fazem ausentes das vidas da irmã e da mãe. A partir disso, Eudoria cria Enola para viver sem nunca ter que depender de marido ou de outro homem.

Enola e Eudoria Holmes / Foto: Reprodução/Netflix
Enola e Eudoria Holmes / Foto: Reprodução/Netflix

Portar-se como uma dama nunca foi uma prioridade

Eudoria ensina Enola a lutar, se proteger, ler livros teóricos relevantes, inclusive sobre feminismo. Tudo isso transforma Enola numa mulher transgressora e forte. Em contraste com as outras meninas, não foi ensinada a bordar, seguir a etiqueta ou se vestir de acordo com os conformes conservadores da época. A criação da protagonista vai além de qualquer estereótipo de relação entre mãe e filha naquele contexto da Inglaterra do século XIX e, na maioria dos casos, até mesmo, do nosso contemporâneo.

Eudoria Holmes ensinando Enola a se defender / Foto: Reprodução/Netflix
Eudoria Holmes ensinando Enola a se defender / Foto: Reprodução/Netflix

Enola é mais do que seu sobrenome

Ser irmã de Sherlock Holmes pode até trazer privilégios à protagonista, mas se engana quem pensa que o seu sucesso é proveniente disso. Enola traça seus próprios caminhos, e desafia, até mesmo, as capacidades investigativas de seu irmão ao mostrar que pode ser mais rápida e sagaz do que poderíamos imaginar. Ela prova que não é uma sombra de Sherlock Holmes.

Enola e seus irmãos / Foto: Reprodução/Netflix
Enola e seus irmãos / Foto: Reprodução/Netflix

Enfrentamento ao machismo

Devido a muitas circunstâncias, Enola se depara com ordens e decisões autoritárias de seu irmão mais velho, Mycroft, que acredita que sua irmã precisa aprender etiqueta para poder se casar e viver uma vida como da maioria das mulheres inglesas. Aos poucos, ela vai se descobrindo muito mais forte e determinada a não tolerar nenhum tipo de escolha arbitrária de seu irmão.

Sherlock e Mycroft Holmes encontram sua irmã / Foto: Reprodução/Netflix
Sherlock e Mycroft Holmes encontram sua irmã / Foto: Reprodução/Netflix

Envolvimento feminino na política

O filme traz a militância feminina de maneira muito forte, quando, por exemplo, mostra um grupo subversivo feminista que luta para conquistar o voto feminino. A potência dessas mulheres que buscam a igualdade de gênero e a construção de uma sociedade mais justa é um combustível fundamental que move a obra.

Enola e Eudoria Holmes / Foto: Reprodução/Netflix
Enola e Eudoria Holmes / Foto: Reprodução/Netflix

Enola Holmes é uma obra para ficar na memória. O espírito esperançoso de confrontação e desejo por um mundo melhor diz muito, inclusive, do que a sociedade ainda precisa conquistar e, a proposta de trazer isso de forma simples e didática, já é um avanço e um resultado desta luta feminina que atravessa séculos.

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