Aquecimento Oscar 2024: Maestro traz o melhor de Bradley Cooper e nos coloca em uma apreciação pela música clássica.

Quando Bradley Cooper optou por realizar um filme musical lá em 2018 com Nasce uma Estrela, conhecemos o seu bom lado de direção e de conhecimento pela música, mas aqui em Maestro, ele atinge níveis de qualidade excessiva quando a música está em tela.

A jornada de Leonard Bernstein se inicia em 1943, quando o regente de apenas 25 anos é chamado para cobrir um buraco da Filarmônica de Nova York. Ali nasce o famoso Maestro de grandes composições, inclusive para a Broadway. Porém, quando pensamos que vamos conhecer a vida desse regente, somos na realidade transportados a conhecer sua vida amorosa e seus problemas pessoais. Por mais que a trilha sonora seja voltada para as obras de Bernstein, a narrativa foca em seu relacionamento com Felicia Montealerge (Carey Mulligan), uma famosa atriz de Hollywood.

O longa mostra a grande capacidade de Bradley Cooper não só como ator, mas como diretor e co-roteirista. Na medida que acontecem os saltos temporais acompanhamos as mudanças de fotografia, maquiagem, vestimenta e moldes de cada época em que o filme se passa. Bradley explora sua melhor performance ao destacar em olhares, tom de voz e trejeitos o perfil do famoso maestro. Vemos aqui um diretor em ascensão, os detalhes do longa, a sua atenção a trilha sonora e a sua criatividade na montagem de cada cena dá a ele créditos de uma excelente obra. Acredito que veremos mais de Bradley Cooper em destaque.

Na medida que conhecemos a profundidade do relacionamento de Leonard e Felicia, percebemos que a sua magnífica potência para reger a música não possui a mesma qualidade para reger a sua vida. Há uma troca no protagonismo de tela entre Cooper e Mulligan, quando a esposa de Leonard começa a conhecer o mais íntimo de Leonard a relação acaba se estremecendo, ainda que ela aceite o fato de Leonard ser gay e manter relação com outros homens, fica difícil para a famosa atriz de Hollywood manter seu papel de esposa. Em diversos momentos acompanhamos discussões calorosas entre os dois personagens, mas ainda que haja uma troca de farpas, existe ali uma troca de carinho. Sim, estamos falando de amor, um sublime amor que independente da preferência de cada um, foi real.

Preciso destacar o momento alto dentro do longa. Quando Leonard realiza sua regência na Catedral Ely, na Inglaterra acompanhamos um jogo maravilhoso de cenas, são fortes expressões, trocas de sentimentos entre o maestro e sua esposa, uma sequência musical que enche nossos olhos, faz com que fiquemos boquiabertos e completamente maravilhados pela composição de Leonard Bernstein, ali entendemos a grandiosidade desse homem e o motivo de sua importância para a música clássica. Acredito que essa cena em específica seja o grande fator de destaque de Cooper em todas as pontas, seja dirigindo ou atuando.

Maestro é uma verdadeira obra audiovisual que nos engrandece com sua alta qualidade cinematográfica. A coragem do projeto faz jus as suas diversas indicações ao Oscar 2024, um total de 7, nas categorias de Melhor Som, Melhor Maquiagem, Melhor Fotografia, Melhor Roteiro Original, Melhor Ator, Melhor Atriz e Melhor Filme.

Maestro está disponível na Netflix.

Nota: 4/5