Aquecimento Oscar 2024: Oppenheimer é literalmente uma bomba na carreira de Nolan, aqui ele entrega o seu melhor em todos os quesitos.
O pai da bomba atômica é julgado em uma explosão de qualidade técnica.
Sabemos que Oppenheimer vêm sendo um sucesso na temporada de premiações e, bom, não será diferente no Oscar, com 13 indicações nas categorias de Melhor Direção, Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som, Melhor Fotografia, Melhor Cabelo e Maquiagem, Melhor Figurino, Melhor Montagem e Melhor Filme, a possibilidade do filme de Nolan ganhar diversas estatuetas é enorme.
Julius Robert Oppenheimer (Cillian Murphy) é um físico da Universidade da Califórnia que participa do Projeto Manhattan, que tinha como missão construir bombas atômicas. Acompanhamos de perto os momentos de glória do físico ao conquistar seus objetivos, mas também acompanhamentos seus momentos de crise e julgamentos, pois, sua criação resultou na trágica explosão das cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, em 1945.
Durante 3 horas acompanhamos um roteiro denso e pesado que necessita de muita atenção. A profundidade que Christopher Nolan dá na história do físico pode até ser um pouco maçante em sua primeira hora, mas quando entendemos seu enredo e começamos a explorar melhor o plano do Projeto Manhattan, as coisas se tornam muito mais digeríveis. Longe de ser uma biografia, o longa mostra a responsabilidade e o julgamento de Robert Oppenheimer ao ser o criador de uma bomba atômica.
Christopher Nolan já havia mostrado sua qualidade com cinema em diversas obras, como, Interestelar, A Origem, O Cavaleiro das Trevas, Dunkirk e etc. Aqui o diretor entrega uma obra-prima, a produção é minuciosa, toda a construção deste projeto é feita com maestria. São diversos momentos em que nos apaixonamos pelas cenas, pela trilha, pela qualidade do som, pela fotografia e pela perfeição de todo o design.
Não se espere por grandes profundidades e grandes desenvolvimentos nos personagens, aqui a ideia não é se aprofundar nas relações, e sim, nos ensinar sobre os sentimentos do protagonista. Sabemos que os filmes do Nolan sempre são recheados de diálogos, em Oppenheimer não é diferente, são 3 horas de roteiro, porém, não nos cansamos dos diálogos, afinal, se trata de uma enorme aula de física. A interpretação de Cillian Murphy é visualmente linda de se acompanhar, seus olhares falam muito mais do que suas falas. Outra grande surpresa é Robert Downey Jr. que no papel de Lewis Strauss se coloca novamente no topo de Hollywood após seus anos de Marvel.
Como dito anteriormente, aqui Oppenheimer é julgado, ainda que o filme fale várias vezes que não se trata de um julgamento, assistimos o protagonista sendo questionado sobre a construção de sua bomba e no que ela resultou. O roteiro deixa em aberto se o físico terminou sua vida arrependido de sua invenção, mas para nós deu a entender que sim, há arrependimento, há sangue nas mãos de Oppenheimer e ele jamais poderá compreender as consequências desse seu ato.
O trabalho magistral de Nolan é selado numa conversa entre Oppenheimer e Einstein (Tom Conti), o tom sombrio dessa conversa é mostrando diversas vezes no filme, mas somente no final entendemos o conteúdo desse papo. Oppenheimer fala sobre sua preocupação de ter realizado os cálculos para criar a bomba e de que isso poderia possibilitar em diversos projetos de armas nucleares no decorrer do tempo, contudo, Einstein o retruca com um “E daí?”. Com isso, somos levados a uma famosa citação de Robert Oppenheimer: “Agora me tornei a Morte, a destruidora de mundos”. Seu plano de entregar um projeto ao governo dos EUA para acabar com a Segunda Guerra Mundial, agora é o motivo de uma outra guerra, o desenvolvimento global de armas nucleares.
Oppenheimer está disponível no para aluguel na Prime Video.
Nota: 5/5