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Assassinato de MC Daleste permanece sem resposta e vira tema de documentário

Diretores mergulham nos detalhes do caso e esperam reabertura das investigações em nova série lançada no Globoplay.

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Foto: Divulgação

Quase 11 anos após o assassinato de MC Daleste, um dos pioneiros do funk ostentação, o mistério em torno do crime que chocou o Brasil continua sem solução. Daniel Pellegrini, conhecido artisticamente como MC Daleste, foi fatalmente atingido por um tiro no peito durante um show em Campinas, São Paulo, em julho de 2013. Agora, esse trágico episódio é tema de um novo documentário.

Sob a direção de Guilherme Belarmino e Eliane Scardovelli, a série “MC Daleste — Mataram o Pobre Loco” mergulha nas quase mil páginas do processo, que foi arquivado, em busca de respostas até então não encontradas. Os cineastas, com o lançamento marcado para a próxima sexta-feira (23/2) no Globoplay, esperam que a produção possa trazer à tona novas pistas que levem à reabertura do caso.

Esmiuçamos detalhes do processo, fomos fundo mesmo. Encontramos lacunas e falhas e trazemos novas testemunhas. Por isso, temos esperança de que o caso volte a ser discutido e seja reaberto“, afirmou Eliane em entrevista ao O Globo.

MC Daleste, criado na Zona Leste de São Paulo, enfrentou desafios desde cedo, vindo de uma família de classe baixa e perdendo a mãe em idade jovem. Sua jornada no funk começou em locais conhecidos como “la houses” na periferia, onde ele gradualmente se destacou com suas músicas, especialmente no gênero “proibidão“, antes de ganhar fama no funk ostentação.

O nosso doc é sobre música e crime. A base da cultura na periferia é a valorização da raiz. Daleste falava o nome das quebradas das pessoas. Ajudava muita gente, valorizava a ascensão sem esquecer de onde veio“, destaca Guilherme.

Os diretores receberam da família de MC Daleste um HD contendo imagens do artista, observando seu modo único, para a época, de interagir com os fãs. Segundo Eliane, ele já exercia influência, sendo um precursor do que hoje chamamos de influenciadores.

A imagem do assassinato é um ponto central. Sem ela, o crime não teria repercutido tanto. Quando viralizou, não só no Brasil, mas no mundo, uma das principais reações foi: ‘quem é essa pessoa?’. Mas houve outra bem sintomática: essa imagem foi vista como o tratamento que um funkeiro poderia ter. Crimes com repercussão têm mais chance de resolução. Mas esse, nem com uma imagem tão brutal, teve desfecho“, completa Guilherme.

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