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Stella estreia Visual EP de “A Fim” com estética VHS e câmera 3D

Vídeo dirigido por Sarah Ahab será lançado em 25 de novembro no YouTube.

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Foto: @maviretrata

Stella está de volta e mais potente do que nunca. Diretamente de Sergipe, a artista travesti e preta lança “A Fim”, um EP independente cocriado com a produtora musical dry. O trabalho transforma palavra em som, poesia em corpo e presença em resistência, unindo hip hop, batidas eletrônicas e performance em uma travessia que confronta o tempo e afirma a vida.

Stella estreia Visual EP de “A Fim” com estética VHS e câmera 3D

Esse trabalho nasceu da urgência de recontar a própria história antes que o silêncio fizesse isso por nós”, afirma Stella, que compôs o projeto durante a pandemia.

Estruturado como uma jornada ritualística, o EP atravessa diferentes estados do corpo e da palavra. Em “Simpatia”, o eu-lírico evoca a entidade A Fim, abrindo caminhos. “Despacho” convoca a dança como expulsão de dores. “Assim Seja” celebra o renascimento. E “¼ de desejo” encerra o percurso como um reencontro íntimo consigo mesma.

Eu escrevo em voz alta. Tenho essa ânsia por vociferar as palavras”, diz Stella. “Minha vontade sempre foi transformar poesia em música, valorizar a oralidade, o ritmo, o grito.”

Stella estreia Visual EP de “A Fim” com estética VHS e câmera 3D
Stella estreia Visual EP de “A Fim” com estética VHS e câmera 3D

A sonoridade do EP combina beats industriais, repetições hipnóticas e versos que oscilam entre confissão e enfrentamento. O desconforto vira movimento, uma força que pulsa para além da dor. “A principal intenção é essa: dançar no desconforto, beijar o inóspito, cantar com o silêncio”, explica.

A estética do projeto também se desdobra em imagem. A capa, assinada por Ruan Araújo (direção de arte), Luli Morante (direção criativa) e Mavi Retrata (fotografia), utiliza técnicas de glitch art, colagem digital e pixel sorting para traduzir a fusão entre humano e máquina, corpo e circuito.

Além do EP, Stella lança um Visual EP dirigido por Sarah Ahab, com estreia marcada para 25 de novembro no YouTube. Gravado em uma única diária, o trabalho mistura VHS, iPhone e câmera 3D Kinect para registrar o corpo em movimento espontâneo. “Não era sobre roteirizar o movimento, mas registrar o corpo quando ele não sabe que está em câmera”, explica a artista.

Antes da música, Stella já havia se destacado na literatura com o livro de poesia “KIZILA” (2022), que aborda dores e potências do corpo preto e travesti. Com “A Fim”, ela amplia sua linguagem e reafirma a poesia como forma de existência. “Não tenho a intenção de disputar o lugar de cantora. Quero mostrar que poetas também fazem música.”

Inspirada por nomes como Juçara Marçal, Linn da Quebrada, Saskia, Edgar e Metá Metá, Stella define o novo trabalho como “criativo, vulnerável e espirituoso”.

A Fim é sobre o poder de continuar mesmo quando tudo parece chegar ao fim”, completa.

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