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Gop Tun Festival tem live de Carlos do Complexo com mistura de funk, breakbeat e percussão

Funk, breakbeat, reggaeton e percussão ao vivo marcaram o live do produtor carioca, um dos destaques de uma noite que cruzou batidas e sensações em São Paulo.

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Gop Tun Festival tem live de Carlos do Complexo com mistura de funk, breakbeat e percussão
Foto: Divulgação

Era por volta das 23h de domingo (20) quando Carlos do Complexo assumiu o controle da pista “Não Existe” no segundo dia do Gop Tun Festival. O clima já estava quente, mas foi ali que o chão tremeu de verdade. Com um live que mistura funk, breakbeat e reggaeton, o produtor carioca entregou uma das apresentações mais marcantes da noite — e talvez de todo o festival.

Gop Tun Festival tem live de Carlos do Complexo com mistura de funk, breakbeat e percussão

Com o apoio de percussão tocada ao vivo, a batida ganhou corpo, textura e impacto. O grave vinha acompanhado de tambor, de pele, de suor. Era eletrônico, mas era físico. E o público entendeu a missão: dançar até não sobrar mais nada.

O Gop Tun Festival, que aconteceu ao lado do Estádio do Canindé, na zona norte de São Paulo, mais uma vez virou o ponto de encontro de quem vive (ou quer viver) a música eletrônica alternativa no Brasil. No domingo, foram quatro pistas, 29 atrações e mais de 14 horas de festa, atravessando o dia e indo madrugada adentro, até às 6h da manhã de segunda-feira.

A programação foi pensada para não deixar a energia cair em nenhum momento. E conseguiu. No começo da tarde, nomes como Veraneio, Suelen Mesmo, Numa Gama e Valesuchi abriram os trabalhos em clima de aquecimento suave, deixando o público chegar aos poucos, se encontrar, se reconhecer.

Gop Tun Festival tem live de Carlos do Complexo com mistura de funk, breakbeat e percussão
Gop Tun Festival tem live de Carlos do Complexo com mistura de funk, breakbeat e percussão

Quando Eli Iwasa entrou no palco principal às 19h, já não tinha mais espaço vazio na pista. Com um set afiado, energético e de leitura perfeita da pista, Eli colocou geral pra dançar como se fosse a primeira e a última noite do mundo.

Em seguida, vieram os gringos: Olof Dreijer (ex-The Knife) explorou um techno cheio de timbres curiosos e inesperados, enquanto Ben UFO, um dos nomes mais aguardados do dia, levou a pista Supernova ao delírio com um som que passeava entre garage, breakbeat e techno com pegada sombria e dançante ao mesmo tempo.

Na “Não Existe”, o clima foi de catarse com o live de Carlos do Complexo. A pista respondeu a cada virada com entusiasmo. A percussão ao vivo adicionou camadas que não se ouvem — se sentem. A vibração do tambor no corpo, o grave no peito, o groove no pé. Foi intenso, suado, coletivo.

Depois dele, Cashu & Alírio mantiveram o ritmo com uma seleção que foi direto ao ponto: graves fortes, BPM firme, som pra mexer a estrutura. A pista seguiu em ebulição com o búlgaro Kink, que trouxe seu live explosivo, quase uma performance em laboratório aberto, em que o techno se desdobra em todas as direções possíveis.

Na pista Supernova, o volume e a velocidade aumentaram com Franzisca, Hector Oaks e STFDJ, que fecharam a noite com uma sequência acelerada, sem espaço pra descanso. Era correr ou ficar pra trás.

Na principal, Avalon Emerson entregou um set criativo que flutuou entre batidas quebradas, tech-house e recortes pop, preparando o terreno para Job Jobse, que encerrou com um house vibrante, de drops épicos e clima de encerramento cinematográfico.

Com uma curadoria que abraça o que há de mais interessante — e dançável — na música eletrônica atual, o Gop Tun Festival conseguiu de novo reunir uma comunidade inteira ao redor do som. E no meio de tantos nomes fortes e momentos intensos, Carlos do Complexo deixou sua marca com uma apresentação que foi corpo, batida e pulsação.

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