Em bate-papo exclusivo, El David Aguilar fala sobre conexão com o Brasil: ‘país maravilhoso’

Em entrevista exclusiva ao Hashtag Pop, o cantor e compositor mexicano El David Aguilar falou sobre seu novo álbum e sobre sua trajetória artística. Com uma carreira marcada por influências da música popular mexicana e latino-americana, além do pop-folk dos anos 1960 aos 1990, Aguilar se destacou ao receber várias indicações ao Grammy Latino, incluindo cinco em 2018: Artista Revelação, Canção do Ano por “Embrujo“, e por sua participação na composição de “Danza de Gardenias” (feat. Los Macorinos) de Natalia Lafourcade, Álbum do Ano e Melhor Álbum de Cantor e Compositor por “Siguiente“.

“É meu sexto álbum de estúdio e é um trabalho democrático. Eu coloquei as músicas produzidas em votação e o pessoal da gravadora e equipe votou, e as escolhidas foram para a tracklist,” explicou Aguilar. Ele compartilhou que tem sentido uma conexão mística com o destino, um conceito que, para ele, faz sentido. “Mesmo que as músicas tenham sido votadas, o resultado foi algo que eu queria. Foi o acaso, sorte. Todas as músicas são diferentes entre si, falam sobre drama, amor, sociedade e têm pontos de vista distintos. Por exemplo, a música ‘Prieta’ é um som antirascista, baseada no racismo endêmico que o México está vivendo. ‘Noche Azul’ é um bolero tradicional, clássico e apaixonado. ‘Tuyo’ é a única música com feat no álbum, com Drexler, porque a equipe achou que era muito a cara dele. Jorge Drexler adorou a ideia e aceitou trabalhar comigo. Também há uma música chamada ‘Morra’, uma tradução de ‘Woman’ do John Lennon. Este álbum é muito aberto e é o trabalho de um artista e compositor mexicano.”

Aguilar usa suas nomeações ao Grammy como uma ferramenta para impulsionar seu trabalho. “Acredito que as nomeações ajudam muito na mídia, imprensa e entrevistas. Tenho 11 nomeações ao Grammy Latino e este ano performei no Grammy. Para mim, como artista, essas nomeações são uma afirmação, e reconhecer-se como artista é muito importante.”

Sobre sua conexão com o Brasil, Aguilar disse: “Gosto de Roberto Carlos, Caetano Veloso e sou fã do Carlota, amo todas as músicas dele e é um dos meus artistas brasileiros favoritos. Chico Buarque também é um dos meus favoritos, mas nunca vi um show dele. As músicas do Chico são muito maduras, espero algum dia assistir a um show dele. São artistas que chegaram à cultura mexicana de alguma forma.”

O cantor falou sobre seu desejo de voltar ao Brasil: “Tenho amigos brasileiros com quem cresci, temos um grupo de WhatsApp e bastante contato. Chamamos de coletivo de artistas latinoamericanos. Escrevemos algumas músicas juntos. Espero voltar mais vezes a esse país maravilhoso. Nas apresentações, a maioria das pessoas prefere voz e violão, dizem que fica mais próximo e aconchegante, mas também gosto de cantar com banda. É um prazer vir ao Brasil, mesmo estando tão longe de casa. Acho que México e Brasil são os maiores países da América Latina, somos parecidos e, ao mesmo tempo, diversos. Fico muito honrado de estar aqui. Espero voltar em breve ao Brasil para fazer uma mini turnê em outras cidades e ter contato com mais brasileiros.”