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Crítica: Sombras de um Crime (Marlowe)

Sombras de um Crime estreia em 30 de Março nos cinemas.

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Foto: Divulgação

Em uma Los Angeles dos anos 30, somos apresentados a Philip Marlowe protagonizado por Liam Neeson, um detetive que enfatiza em diversos momentos que sua idade já não é compatível com suas aventuras. Conhecemos também Clare Cavendish, personagem de Diane Kruger que divide o protagonismo com Neeson, uma linda jovem e filha de uma nobre e famosa atriz de Hollywood, Dorothy Cavendish da brilhante Jessica Lange. Logo de início o detetive particular é contratado pela jovem Clare Cavendish para encontrar seu amante Nico Peterson (François Arnaud), que desapareceu sem deixar vestígios. Isso faz com que o cansado detetive saia para a missão de encontrar o garoto, porém, durante sua busca começa a desvendar outros mistérios que vão além de um desaparecimento, mistérios estes que envolvem a indústria do cinema e de famílias poderosas da Los Angeles de 1930.

A produção é uma adaptação de “The Black-Eyed Blonde” (2014), que traz Marlowe para a missão contada, e para a surpresa deste que vos fala é um grande detetive na literatura e até mesmo no cinema. 

Bom, olhando a sinopse e sua origem somos apresentados a uma trama que poderia envolver aqueles que são fãs de um clássico noir, ou seja, para fãs de filmes investigativos, com cenários escuros, que envolvam um femme fatale e com ação a altura do gênero. Contudo, não é o que acontece em Sombras de um Crime, pois, o tal crime não possui peso suficiente para um grande detetive.  A escolha do elenco deu um peso de respeito ao filme do premiado diretor Neil Jordan, mas bastou apenas em seus grandes nomes. 

Aqui vemos um Liam Neeson diferente daquele que estamos acostumados, que passa grande parte da trama em conflito em busca de algo, com uma ação de respeito e por muitas vezes até difícil de aceitar, mas acabamos aceitando. Talvez a idade do ator e até mesmo do personagem atrapalhe a ação do longa, que em seu trailer promete ter muita ação, e novamente é só mais uma visão de sinopse e trailer. Talvez o roteiro não tenha ajudado, talvez os possíveis vilões não tenham desenrolado uma boa ação, de fato, tudo isso é apenas uma porção de “talvez”, o que vemos em Sombras de um Crime, são os crimes sem sombras. 

Durante o primeiro ato foi possível encontrar diversos furos no roteiro, e ao longo do filme é perceptível que não há um desenvolvimento dos personagens, não há carisma entre eles, não há qualquer sentimento para se criar uma linha de narrativa que no terceiro ato faça sentido para as ações desses personagens. Os mistérios colocados não fazem jus ao nome do famoso detetive particular Marlowe, e a personagem de Jessica Lange que é apresentada até de uma forma grandiosa, não mostra qualquer grandeza, o que é triste por se tratar da vencedora do Oscar, Emmy, Globo de Ouro e outros prêmios. 

Entretanto, posso exaltar alguns pontos no longa, sua fotografia, a escolha das cores e a direção de arte, são de qualidade, e isso nos faz teletransportar automaticamente para os anos 30. O figurino e a maquiagem também são o ponto alto da produção, sendo os fatores técnicos os melhores pontos de toda a produção. 

De fato, Sombras de um Crime não é um filme cativante, completamente esquecível. Por fim, consigo definir este como um filme de “Domingo Maior”, aquele típico longa que até traz uma boa ideia, mas você vai utilizar apenas para dormir e por muitas vezes não terminar de assistir. Sombras de um Crime estreia em 30 de Março nos cinemas.

Nota:  ⭐⭐

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