Crítica: O Nascimento do Mal (Bed Rest) – 2023
Terror estrelado por Melissa Barrera (Pânico e Pânico VI) chega aos cinemas brasileiros em 11 de maio.
O mercado de filmes de terror parece saturado quando olhamos para os streamings e vemos lançamentos em massa de produções desse tipo. Diversos títulos são lançados de tempos em tempos e que usam a temática fantasmas e demônios para entreter o público, mas acabamos vendo o mesmo de sempre, protagonistas pouco desenvolvidos, casas com históricos sombrios sem muitas explicações, crianças usadas para causar jump scare e quase sempre finais aceitáveis.
Em O Nascimento do Mal, longa dirigido por Lori Evans Taylor, acompanhamos a história de Jules Rivers (Melissa Barrera) uma mulher grávida de seu segundo filho que carrega o fardo da perda de seu primogênito logo após o parto. Jules e Daniel Rivers (Guy Burnet) buscam uma forma de recomeçar sua vida com essa nova gravidez em uma nova casa. Neste novo lar, Jules começa a escutar vozes e a ver um garoto que ela acredita ser o seu falecido filho Andrew. Jules sofre complicações na gravidez, e isso faz com que ela fique em repouso durante oito semanas para preservar o feto, pois, se trata de uma gravidez de risco. Durante as oito semanas, Jules é assombrada pelo fantasma do garoto e começa a investigar melhor a história de sua casa, o que a faz descobrir um passado sombrio de dor, luto, assassinato e suicídio bem debaixo do seu teto.
Logo no primeiro ato temos a impressão de já conhecer o filme por inteiro, pois, parece uma história batida, mas não, com o passar do tempo vemos que o passado da Jules é realmente traumático. Após perder seu primeiro filho, Jules teve uma psicose pós-parto que a levou a ser internada por seis semanas em um hospital psiquiátrico. Isso faz com que todos a sua volta não acreditem no que ela diz ouvir e ver, afinal, sua psicose fazia com que ela visualizasse seu filho.
Por se tratar de uma mulher em uma gravidez de risco precisando de repouso, vemos poucos cenários no longa, que são divididos em quarto, banheiro, corredor e escada da casa. Um ou outro cenário acaba sendo esquecível, pois toda a trama acontece nesses cômodos. Isso torna o longa tão cansativo quanto as oito semanas do repouso de Jules.
Na medida que o filme avança e vemos o fim de sua gravidez, também somos apresentados a poucas cenas que realmente causam impacto. O suspense e o terror apresentados, de fato são idênticos aos que são lançados em massa pelos streamings, totalmente previsíveis. Ainda que nos minutos finais quando somos apresentados a história real da casa e ao verdadeiro vilão, temos bons momentos de tensão, que causam uma breve emoção e a impressão de ter salvo o filme, mas quando lembrados de toda sua construção, é um momento “ok”.
Podemos dizer que O Nascimento do Mal não se trata de um terror, mas sim de uma mãe com a saúde mental abalada e um luto incurável, o que torna o longa bem interessante. A ótima Melissa Barrera constrói uma boa personagem, fazendo com que o público torça por uma boa hora (expressão utilizada para mulheres em trabalho de parto), mas o roteiro não ajuda nesse momento e, bom, temos um final aceitável.
Por fim, “O Nascimento do Mal” não foi um bom nome escolhido para o longa, acredito que “O Repouso” seria uma melhor opção, afinal, a personagem não está dando à luz a algo ruim. Os momentos de crise aconteceram durante seu repouso por fatores externos da família Rivers, a criança que vai nascer é totalmente inocente, não é “O Bebê de Rosemary”.
O Nascimento do Mal terá sessões especiais a partir de 04 de maio e posteriormente será lançado em 11 de maio em todos os cinemas.
Nota: ⭐⭐